O vento soprou,
"Que fazes no chão?"
Suavemente sussurou.
"Estou morto", respondo de prontidão.
O vento continua a soprar.
O vento continua a correr.
O vento continua a levar
Para longe meu sofrer.
Vento Vento Vento
Leva para longe
Todo o meu lamento.
E levou.
Com a força de mil homens
Um só vento soprou
Para onde eu não os encontre.
Lágrimas ao vento, preces a lua,
Fé naquele dia
Que minha alma será também a tua.
Lembranças de quando eu sorria.
O brilho travesso do metal,
Oculto em meio à vida líquida e rubra,
Oculto de maneira fatal.
A lua fica escura.
O brilho dos olhos também se vai,
Sem deixar nem mesmo um rastro,
Abandona o lobo que cái.
É o brilho que faço.
Quando o céu chora
O vento se comove,
Comoção sincera, embora
Fortaleça-se quando chove.
Vento que corre solto
Pelos campos soprando,
Vento que seca as lágrimas dos outros,
Que conforta, suave, o que está chorando.