Por trás do sorriso de palco,
As lágrimas de desespero se escondiam.
Lágrimas, que após o espetáculo
Em silêncio escorriam.
Pobre mulher, cansada
Da própria vida.
Confortava-se na folha amassada,
Cheia de poesia já tantas vezes lida.
Os livros contavam sobre príncipes nobres,
Princesas lindas e castelos luxuosos.
Mas tudo que ela conhecia, era o lamentos dos pobres,
E o choro daqueles forçados a serem luxuriosos.
Ainda uma criança,
Viu o inferno de perto,
Num incêncido perdeu as esperanças,
Os pais, e o conceito de "errado" e "certo".
Amaldiçoou o mundo,
Deus, e até a morte.
Forçada a caminhar sozinha, sem rumo,
Largada à própria sorte.
Encontrou em seu corpo uma forma
De sair daquela miséria.
Para ela já não importa
Ser uma mulher séria.
Sabe que os contos
De fadas, só existem na imaginação.
Sabe que na verdade, o herói, em seus encontros,
Torna-se o dragão.
Seu último raio de esperança
Espera pelo príncipe encantado,
Como uma pequena criança,
Num quarto fechado.